Pesquisadora Cruzeirense conquista prêmio internacional em biomateriais dentários pela primeira vez
A pesquisadora Larissa Alves, pós-doutoranda do Departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, foi a primeira representante de uma instituição brasileira a receber o Marshall Postdoctoral Award, importante prêmio da Academy of Dental Materials (ADM)
A cerimônia de entrega ocorreu no encontro anual da academia, realizado de 2 a 5 de outubro em Torino, Itália. Na ocasião, a ADM concedeu prêmios em diversas categorias, sendo o Marshall Postdoctoral Award um dos mais prestigiados, voltado a pós-doutorandos, e conquistado por Larissa. Outro prêmio relevante, o Paffenbarger Award, é direcionado a doutorandos.
Instituído em 2018, o Marshall Postdoctoral Award reconhece a excelência em pesquisa de biomateriais dentários. Entre os critérios de avaliação estão a qualidade da apresentação, o resumo do estudo e o currículo do candidato. Segundo a ADM, o prêmio busca destacar pesquisadores em fase de transição para o pós-doutorado que tenham realizado trabalhos de impacto. “Embora outros dois brasileiros já tenham recebido essa honraria, ambos estavam ligados a universidades estrangeiras. Portanto, esta é a primeira vez que uma universidade brasileira conquista o prêmio”, ressaltou o professor Estevam Bonfante, supervisor do projeto.
Na edição de 2024, a premiação teve um momento inédito: dois vencedores foram escolhidos. Além de Larissa Alves, a pesquisadora Fernanda Lucena, da Oregon Health & Science University (EUA) e também brasileira, recebeu o prêmio. “Desde a criação do prêmio, sempre houve um único vencedor, mas este ano, pela qualidade dos trabalhos, tivemos duas ganhadoras”, explicou Larissa
A pesquisa premiada
trabalho de Larissa investigou um método inovador de reciclagem do pó de zircônia gerado durante a fresagem de restaurações dentárias. “Os resultados mostraram que esse pó, normalmente descartado, pode ser reciclado e reprocessado sem perder suas propriedades e resistência, tornando-se equivalente ao material comercial”, afirmou a pesquisadora. A pesquisa busca viabilizar o uso sustentável da zircônia reciclada, reduzindo o desperdício na odontologia.
O professor Bonfante destacou que o projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e ao conceito de economia circular. “Essa reciclagem, além de sustentável, pode tornar tratamentos dentários mais acessíveis no futuro”
Larissa enfatizou a relevância do prêmio para o Brasil: “Este reconhecimento internacional ressalta a inovação e a qualidade das pesquisas desenvolvidas na FOB, com apoio e colaboração entre instituições e países. Também reforça a importância do investimento em ciência e tecnologia no Brasil, com apoio crucial de órgãos como a Fapesp.”
O estudo contou ainda com a colaboração de diversos pesquisadores de instituições internacionais, entre eles Campos TMB, Bergamo ETP, Benalcazar Jalkh EB, F. de Carvalho L, Sousa EO, Coelho PG, Witek L, Tebcherani SM, Thim GP, Zhang Y e Bonfante EA.
Fonte: Luís Victorelli, da Seção Técnica de Comunicação e Cultura da USP em Bauru
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