Lula toma posse como presidente do Brasil pela terceira vez

Luiz Inácio Lula da Silva, tomou posse como presidente do Brasil neste dia 1º de Janeiro de 2023. Essa é a terceira vez que o político assume o cargo, tornando-se o primeiro brasileiro a conseguir o feito. Esse é o  39º presidente da história do país.

A posse de Lula teve diversos momentos de destaques, como a entrega da faixa presidencial por representantes do povo e o desfile do vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa juntamente com Lula e a primeira dama no Rolls-Royce. Confira abaixo como foi o dia da posse.

O Tradicional desfile presidencial no luxuoso Rolls-Royce era dúvida, mas aconteceu. E Lula não foi sozinho no trajeto até o Congresso Nacional. O presidente foi acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e da mulher do vice, Lu Alckmin.

Nas posses anteriores, Bolsonaro e Dilma escolheram apenas a família para os acompanharem no carro. Já Lula, em seus outros mandatos, fez o desfile com Maria Leticia, primeira-dama na ocasião, hoje falecida, e o vice na época, José Alencar.

A segurança foi a grande preocupação da posse presidencial. Porém, o dia em Brasília ocorreu sem grandes incidências nesse sentido. O único ato de segurança de destaque, foi o abatimento de um drone.

O objeto voador sobrevoava a área da Esplanada dos Ministérios, sem permissão e foi derrubado por um Agente da Polícia Federal. Para o ato foi utilizado uma arma que chamou a atenção por parecer futurística. A DroneGun Tactical, pode cortar o sinal de qualquer drone.

Um dos atos simbólicos dessa posse, foi a gravata do presidente e do vice. Lula, não utilizou a sua famosa “gravata da sorte”, que possui cores da bandeira brasileira. O acessório foi usado pelo seu filho, Luis Claudio .

O presidente escolheu uma gravata azul para utilizar, enquanto o vice, fez uso do acessório na cor vermelha. O ato foi visto por especialistas como algo simbólico, já que Alckmin era do partido PSDB, de cor azul e o vermelho é o tom dos petistas.

Um dos atos mais simbólicos dessa posse foi a entrega da faixa presidencial. Lula devia receber a faixa pelo presidente anterior, como é tradição país. Porém, Jair Bolsonaro, deixou o país no dia 30 de dezembro de 2022, em viagem para a Flórida, nos Estados Unidos. Com a ausência do político, uma alternativa precisou ser pensada.

A entrega foi realizada então, pelas mãos do “povo brasileiro”. Oito pessoas foram escolhidas para representarem a população brasileira. A faixa passou de um para o outro, até ser colocada em Lula, por uma mulher negra, catadora de recicláveis.

A mulher, é Aline Sousa, de 33 anos. Os outros representantes foram: a criança Francisco Filho, de 10 anos; o Cacique Raoni, de 90 anos; o metalúrgico Weslley Rocha, de 36 anos; o professor Murilo Jesus, de 28 anos; a cozinheira Jucimara Santos; o influencer anticapacitista Ivan Baron; e o artesão Flávio Pereira, de 50 anos.

Luiz Inácio não subiu sozinho a Rampa do Planalto. O tradicional ato foi realizado com a companhia dos representantes do povo que lhe entregaram a faixa, a primeira-dama, Rosângela da Silva, e a cadelinha Resistência.

A presença de um animal de estimação como parte da cerimonia de posse foi um fato inédito. A cadelinha foi encontrada nas ruas de Curitiba, em 2018, quando apoiadores de Lula faziam vigília durante sua prisão. Resistência foi então adotada por Janja e Lula.

Antes de assinar a posse no Congresso, Lula fez questão de contar a história da caneta que usaria para o ato. De acordo com o presidente, o objeto foi um presente, ganhado em 1989. A caneta teria sido ganhada durante campanha no Piauí naquele ano, e deveria ser utilizada para assinar a pose. Porém, o político teria esquecido quando assumiu em 2003 e depois a perdeu. Agora, ele teria a encontrado e utilizou como “uma homenagem ao povo do Estado do Piauí”.

A posse de Lula teve a presença de 21 Chefes de Estado e Governo estrangeiros. Com exceção da Venezuela, que não teve representante e do Peru que mandou seu primeiro ministro, presidentes de toda a América do Sul estiveram presentes. Também compareceram os presidentes de Portugal, da Alemanha, Timor Leste, Guiné-Bissau, Angola e Honduras, além do Rei da Espanha e primeiros ministros de outros países.

De acordo com o Itamary, essa foi a posse que mais reuniu chefes de estado e de governo. A expectativa é de que a próxima deva reunir ainda mais políticos internacionais, já que a partir de 2027 o Presidente da República assume o cargo no dia 5 de janeiro e governadores no dia 6.

No Palácio do Planalto, Lula assinou os primeiros atos administrativos desse governo. Entre eles, um despacho que determina a reavaliação da decisão do ex-presidente que impôs sigilo em documentos e informações da administração pública. Além, de um decreto sob a questão das armas, o restabelecimento do fundo Amazônia, uma medida provisória que garante os R$600 do Auxílio Brasil que volta a ser Bolsa Família e a prorrogação por 60 dias da isenção dos tributos federais nos combustíveis. Também foi determinado aos ministros e ministras que encaminhem propostas para a retirada do processo de desestatização de empresas públicas.

Foram empossados pelo novo presidente, 37 ministros.

• Gabinete de Segurança Institucional: general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias
• Secretaria-Geral: Márcio Macêdo (PT)
• Comunicações: Juscelino Filho (União Brasil)
• Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes (PDT)
• Educação: Camilo Santana (PT)
• Minas e Energia: Alexandre Silveira (PSD)
• Esportes: Ana Moser
• Transportes: Renan Filho (MDB)
• Defesa: José Múcio Monteiro
• Casa Civil: Rui Costa (PT)
• Justiça: Flávio Dino (PSB)
• Fazenda: Fernando Haddad (PT)
• Portos e Aeroportos: Márcio França (PSB)
• Agricultura: Carlos Fávaro (PSD)
• Pesca: André de Paula (PSD)
• Gestão: Esther Dweck

• Relações Institucionais: Alexandre Padilha (PT)Cidades: Jader Filho (MDB)
• Advocacia-Geral da União: Jorge Messias
• Controladoria-Geral da União: Vinícius Marques de Carvalho
• Turismo: Daniela Carneiro (União Brasil)
• Previdência Social: Carlos Lupi, presidente do PDT
• Ciência e Tecnologia: Luciana Santos (PCdoB)
• Planejamento: Simone Tebet (MDB)
• Saúde: Nísia Trindade
• Relações Exteriores: Mauro Vieira
• Igualdade Racial: Anielle Franco
• Indústria e Comércio: Geraldo Alckmin (PSB)
• Povos Indígenas: Sônia Guajajara (PSOL)
• Mulheres: Cida Gonçalves (PT)
• Direitos Humanos: Silvio Almeida
• Cultura: Margareth Menezes
• Desenvolvimento Social: Wellington Dias (PT)
• Meio Ambiente e Mudanças Climáticas: Marina Silva (Rede)
• Trabalho: Luiz Marinho (PT)
• Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira (PT)
• Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta (PT)

O slogan escolhido para o governo de Luiz Inácio será “União e Reconstrução”, palavras utilizadas durante a campanha. O logotipo da nova administração também foi divulgado durante a posse, e traz a palavra “BRASIL” escrita com diversas cores e o “A” representado por metade da bandeira brasileira.

Umas das coisas inéditas deste dia primeiro de janeiro, foi o Festival do Futuro, organizado por Janja. Chamado popularmente de “LulaPalooza”, o evento contou com show de diversos artistas como Pabllo Vittar, Valesca e Duda Beat. Os artistas se apresentaram gratuitamente.

Lula subiu ao palco do Festival junto da primeira dama e do vice com sua esposa. Durante seu discurso, falou sobre as mulheres e deu um beijo em Janja, convidando Alckmin a fazer o mesmo com Lu.

A posse de Lula foi repercussão nos principais jornais internacionais.

•  jornal britânico The Guardian: “”Esperança, alegria e euforia: brasileiros saem às ruas para celebrar nova era sob Lula”
• BBC News: “Lula toma posse como presidente do Brasil”
• New York Times, dos Estados Unidos: “Lula se torna presidente do Brasil, com Bolsonaro na Flórida”
• CNN Internacional: “Lula da Silva toma posse como presidente do Brasil em meio a temores de violência de apoiadores de Bolsonaro”
• Washington Post, dos Estados Unidos: “Lula empossado como presidente do Brasil; Bolsonaro falta à posse”
• Liberation, da França: “Desbolsonarizar o Brasil, uma tarefa de longo prazo para Lula”
• Clarin, da Argentina: “Lula assume como presidente e descreve como ‘aterradora’ a situação que Bolsonaro deixou”
•  Repubblica, da Itália: “Lula toma posse como novo presidente: ‘Estou comprometido em colocar o país de volta nos trilhos'”.