Nerd Show

La Casa de Papel – Part 2 (Final)

Por Gonzaga Júnior.


Una Mattina mi  sono alzato – e so di essere in ritardo 

Uma manhã eu me levantei – e sei que estou atrasado 


E com a música característica da série e uma pequena adaptação minha no fim, peço desculpas pela demora, mas cá estou eu trazendo a última análise de La Casa de Papel. Eu realmente não sei por onde começar, pois são muitos pontos a serem trabalhados, então já adianto que o texto será um pouco extenso mas com o mínimo de spoilers possível. 

Começando com os detalhes técnicos, a fotografia dessa segunda parte está bem superior à da anterior, com ótimas posições e construção de cena que são um show a parte desde o começo da série. Às vezes as cores usadas não me parecem ideais para cada situação, mas casou bem no fim. A trilha sonora manteve a qualidade de forma linear desde o primeiro episódio da série até o último, foi ela que constantemente deu O clima das cenas incontáveis vezes, foi a partir dela que cada vitória foi vibrada, cada ação foi sentida e cada morte foi lamentada com a intensidade correta para cada momento.  

La Casa de Papel – Netflix 2021 

Apesar das cenas, fotografia e atuações, que nem preciso citar, já que é nítido como as atuações são impecáveis, uma coisa fica a desejar nesse grande finale: O roteiro! Sim eu sei que tem momentos incríveis e tudo mais, de coração, queria ter gostado mais dele! Pode ser o efeito semelhante ao de um longo relacionamento, onde nada mais surpreende, pois é a mesma coisa. O roteiro é repetitivo e arrastado de forma desnecessária por uma parte considerável da trama, com flashbacks excessivos que muitas vezes só vem para dar uma informação nada útil ou só para reforçar o que já entendemos, talvez seja para agradar o fãs de Naruto especificamente, porque para a grande maioria não constrói nada, pelo contrário, ele quebra o ritmo de alguma cenas e torna a experiência mais arrastada. 

O principal problema foi a previsibilidade que foi tomada, o que no começo da série era algo incrível, no final já é mais do mesmo, o mesmo truque repetido em ocasiões diferentes com a mesma construção de cena, para o espectador mais atento, fica previsível e isso tira toda carga emocional das cenas. Um importante fator a ser considerado neste final foi a sorte, varias coisas só deram certo por sorte e isso não estraga, na verdade humaniza  a série, logo, era mais prático aceitar a sorte e que nem tudo pode ser planejado, do que criar memórias e flashbacks extensos para levar a uma solução trivial que de repente estava lá, deixaria a série mais fluida.  

Com todas essas considerações sobre a previsibilidade e monotonia do roteiro, ainda sim é tudo perdoável, pois outros fatores compensam tudo. Os discursos são incríveis, como os da Tokyo, a construção de personagens nos conflitos internos deles sobre ética, relacionamento, vida, cada problema trazido à tona é necessário e constrói a narrativa de forma única fazendo com que a série ganhe seu merecimento, mas há um item em específico que é imperdoável é inaceitável: A trama do filho do Berlim com sua Ex mulher. Nem o nomes deles são lembrados. São personagens que foram massivamente apresentados, tiveram varias e varias tentativas de crescimento de personagens feitas em vão, porque eles no final não fizeram nada, não cresceram nada e não levaram a lugar algum. Só serviram para estragar o personagem do Berlim e tentar dar uma carga emocional a mais no fim da trama, tudo isso em vão e de forma irritante.  

Com altos e baixos, a segunda parte consegue trazer um final justo para a série, com uma vitória sofrida e um pouco forçada do grupo de assaltantes que no final saíram impunes  e bilionários com um final digno de novela mesmo. Eu, particularmente, preferia que acabassem todos mortos ou pobres, seria um final mais apropriado devido a todos os deslizes e erros que os personagens cometeram ao longo do assalto, mas ainda sim teve um final decente, superando as expectativas e, acima de tudo, quebrando o paradigma de série boa com final ruim.  

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